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Mercado de máquinas agrícolas vive momento de otimismo, mas enfrenta desafios persistentes

Para 2024, a projeção é de um aumento entre 6% e 8%, impulsionado pelo aumento da produção, investimentos em tecnologia e expansão da área cultivada

O mercado de máquinas e implementos agrícolas no Brasil vive um momento de otimismo em 2024, com um crescimento acelerado e projeções animadoras para o futuro. Segundo a Abimaq, o setor faturou R$ 120 bilhões em 2023, um aumento de 17% em relação ao ano anterior. Para 2024, a projeção é de um aumento entre 6% e 8%, impulsionado por diversos fatores, como o aumento da produção agrícola, os investimentos em tecnologia e a expansão da área cultivada.

Fatores que impulsionam o crescimento do mercado:
  • Aumento da produção agrícola: A Conab projeta um aumento de 3,5% na produção de grãos em 2024, impulsionando a demanda por máquinas e implementos agrícolas. Segundo Carlos Alberto de Assis, presidente da Sociedade Nacional da Agricultura (SNA), “esse crescimento é fundamental para garantir a segurança alimentar do país e atender à crescente demanda global por alimentos”.

  • Investimentos em tecnologia: O Cepea projeta um crescimento de 7% no investimento em tecnologia agrícola no Brasil em 2024, impulsionado pela agricultura de precisão, automação e sustentabilidade. André Nassar, presidente da Abimaq, destaca que “a adoção de novas tecnologias é essencial para aumentar a produtividade e a competitividade do agronegócio brasileiro”.

  • Expansão da área cultivada: O MAPA estima um aumento de 2,5% na área cultivada com grãos em 2024, contribuindo para o crescimento do mercado de máquinas e implementos agrícolas.

Segmentos em alta:

  • Tratores: As vendas de tratores cresceram 25% em 2023, totalizando 95 mil unidades. A Abimaq projeta que as vendas em 2024 fiquem entre 100 mil e 105 mil unidades.

  • Implementos agrícolas: O segmento de implementos agrícolas também está em alta. Segundo a Abimaq, as vendas em 2023 cresceram 8%, totalizando R$ 45 bilhões. Para 2024, a projeção é de um aumento entre 4% e 6%.

Desafios do mercado:

  • Volatilidade dos preços das commodities agrícolas: O Cepea alerta que a volatilidade dos preços das commodities agrícolas em 2024 pode afetar a demanda por máquinas e implementos agrícolas.

  • Concorrência internacional: A Abimaq estima que a participação das empresas brasileiras no mercado interno seja de 68% em 2024, mas a concorrência internacional, principalmente dos Estados Unidos, China e Alemanha, é um desafio persistente.

  • Acesso ao crédito: O Banco Central do Brasil estima que o crédito rural deva crescer 12% em 2024, mas ainda há um déficit de crédito no setor, dificultando o acesso dos produtores rurais a financiamentos.

Oportunidades para o futuro:

  • Inovação e tecnologia: A Abimaq estima um investimento de 10% em inovação no setor de máquinas agrícolas em 2024. As empresas que se adaptarem às novas tendências e investirem em inovação e tecnologia estarão bem posicionadas para aproveitar as oportunidades do mercado.

  • Sustentabilidade: O MAPA estima que a demanda por máquinas agrícolas sustentáveis deva crescer 25% em 2024. As empresas que desenvolverem produtos e serviços que minimizem o impacto ambiental da produção agrícola estarão à frente da concorrência.

O mercado de máquinas agrícolas no Brasil apresenta um cenário positivo para 2024, impulsionado pelo crescimento da produção agrícola e pela busca por inovação e tecnologia. No entanto, desafios como a volatilidade dos preços das commodities, a concorrência internacional e o acesso ao crédito precisam ser superados para que o setor continue se desenvolvendo de forma sustentável.

Apesar da euforia, é importante mencionar a queda nas vendas de máquinas agrícolas registrada em 2023, na comparação com 2022. De acordo com a Abimaq, o faturamento líquido total do setor caiu 13,3% em janeiro de 2024, na comparação com dezembro de 2023. Analistas apontam que fatores como a alta dos juros, a instabilidade econômica global e a quebra de safra de algumas culturas em 2023 contribuíram para esse recuo.

Especialistas do setor, como André Nassar, presidente da Abimaq, afirmam que a queda de vendas em 2023 é um ajuste cíclico do mercado e não deve comprometer o crescimento de médio e longo prazo. Nassar reforça a importância da adoção de novas tecnologias, citando: “A indústria precisa investir em inovação para tornar o parque nacional de máquinas agrícolas mais moderno, eficiente e sustentável. Isso permitirá que os produtores brasileiros aumentem a produtividade e a competitividade no mercado global” .

Para Carlos Alberto de Assis, presidente da SNA, o desenvolvimento de políticas públicas que facilitem o acesso dos produtores rurais ao crédito para aquisição de máquinas agrícolas é fundamental. “Isso ajudaria a renovar a frota agrícola brasileira, tornando-a mais moderna e ambientalmente correta”, afirma.

Em conclusão, o mercado de máquinas agrícolas brasileiro apresenta um cenário de crescimento de médio e longo prazo, impulsionado pelo aumento da produção agrícola, a adoção de tecnologias inovadoras e a busca por soluções sustentáveis. O ano de 2023 representou um ajuste cíclico do mercado, mas a expectativa é de retomada do crescimento em 2024. Superar desafios como o acesso ao crédito e a volatilidade dos preços das commodities agrícolas será fundamental para a consolidação do setor como protagonista no cenário global. A adoção de políticas públicas de incentivo e o investimento contínuo em inovação e sustentabilidade serão diferenciais para o sucesso do mercado de máquinas agrícolas brasileiro. (Agência Agro.to)

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